quarta-feira, 30 de maio de 2012

Destruição

(Orides Fontela)






A coisas contra a coisa : 
a inútil crueldade
da análise . O cruel
saber que despedaça 
o ser sabido .


A vida contra a coisa :
a violentação
da forma , recriando-a 
em sínteses humanas
sábias e inúteis .


A vida contra a vida : 
a estéril crueldade 
da luz que se consome 
desintegrando a essência 
inutilmente . 



Orides Fontela: Orides Fontela nasceu em São João da Boa Vista, cidade do interior de São Paulo, em 21 de abril de 1940, de família pobre e pais analfabetos. Desde 1969, publicou 5 livros de poesia. Pelo que se sabe, a vida da poeta Orides Fontela, repleta de contradições, não lhe permitia o menor tipo de adaptação ao convívio social e, por estranho que pareça, não se refletia isso em sua poesia meiga, de convívio harmônico com elementos da natureza, como pássaros, pedras, água, rio, estrelas, entre outros. Esse conflito, provavelmente tenha sido seu elemento trágico e, porque não, também condutor de sua intensa criatividade.



Alunas: Fabrícia P. Gomes   
                Layane M. Souza 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Soneto do amigo

(Vinicius de Moraes)



Enfim, depois de tanto erro passado,
Tantas retaliações, tanto perigo,
Eis que ressurge noutro o velho amigo.
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado,
Com olhos que contêm o olhar antigo,
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano,
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica,
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...



Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913. Poeta do amor e da comunhão, participou de toda a renovação da música brasileira em parceria com os grandes compositores do país.Vinícius de Moraes passou a vida rompendo convenções sociais. Passou da poesia culta para a popular, misturando ritmos brancos com negros, samba com candomblé e o comportamento aristocrático com o boêmio.





Alunos:Gabriel souza     n° 14
             Madson Aguiar  n° 28

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Tempo e a Saudade

(Joésio Menezes)



Eita tempo que não passa!
Ah, saudade que no peito me dói!
Saudade que me deixa sem graça,
Tempo que minha paciência destrói...

Ó, Tempo!... Deixa de pirraça
E sê para sempre o meu herói!
Ó, Saudade!... Não sejas a desgraça
Que o meu coração corrói!

Sede meus companheiros, apenas,
E não me façais viver a duras penas
A falta que sinto da minha amada!

Acelera, ó tempo amigo,
E faz com que ela esteja comigo!...
Afasta de mim essa dor malvada!


Alunos: Abraão Miranda  Nº 01
              Willian Silva         Nº 44